lunes, 29 de octubre de 2012

Efetivação da inscrição [AVISO!]

Caros,

hoje, na I Jornada de Literatura Contemporânea da Unifesp, a secretaria nos informou que as listas que passaram para marcar a presença dos alunos e posteriormente entregar seus certificados é apenas para validar as horas. As inscrições, DE FATO, devem ser feitas no link abaixo:


Desculpe-nos pelo transtorno. Àqueles que não conseguirem efetuar a inscrição no link, ainda assim receberão seus certificados em virtude do tempo.

sábado, 20 de octubre de 2012

BERNARDO CARVALHO - um pouco mais sobre o autor convidado da Jornada


Encerrando a I Jornada de Literatura Contemporânea da Unifesp teremos uma conversa com um dos mais importantes e premiados escritores da literatura atual, Bernardo Carvalho.

Bernardo Carvalho nasceu em 1960 no Rio de Janeiro. É escritor e jornalista. Foi editor do suplemento de ensaios "Folhetim" e correspondente do jornal Folha de São Paulo em Paris e Nova Iorque.

Carvalho estreou na literatura no início da década de 1990 com a coletânea de contos Aberração (1993), desde então vem mantendo uma contínua e reconhecida produção literária, que conta atualmente com nove romances publicados.

Em 2003 recebeu o prêmio Portugal Telecom de Literatura pelo romance Nove Noites (2002). E com seu romance posterior, Mongólia (2003), Carvalho foi o vencedor dos prêmios APCA (2003) e Jabuti (2004).
  
O seu mais recente romance, O filho da mãe (2009), parte da coleção Amores Expressos, é o resultado da estadia do autor na cidade russa de São Petersburgo. Recentemente, Carvalho manteve uma coluna no Blog do IMS, intitulada “Diário de Berlim”, que fora escrita durante o ano que o autor passou na Alemanha, como escritor convidado em um programa de residência criativa.

Aliás, as viagens são constantes na obra de Carvalho, que desde os seus primeiros livros busca um espaço transnacional para os seus romances. Afastando-se assim da categoria de uma literatura “nacional”. Os deslocamentos e a estrangeiridade são fundamentais para obra de Carvalho, que afirmou recentemente:

só consigo existir como escritor se eu não fizer parte do que me cerca, de onde eu estou, e, sobretudo se não fizer parte daquilo com o que tentam me identificar a priori, brasileiro, gay etc. (...) Preciso não me identificar para poder escrever. É por isso que as viagens acabam sendo tão fundamentais. O “estrangeiro” é, em princípio, o lugar da incompatibilidade, da contrariedade, da impossibilidade de identificação e, de certa maneira, também do mal-estar. Mas é só aí que eu consigo escrever, onde não falo a língua[1].

Outras características definem o inconfundível estilo de Bernardo Carvalho, como os relatos fragmentários, a trama labiríntica da maioria de seus romances, e ainda o desamparo e a inadequação que cercam as suas personagens, sobretudo, os seus protagonistas. Um trecho de O sol se põe em São Paulo (2007), transcrito a seguir, ilustra bem os sujeitos que Carvalho representa em seus romances, a história que ele busca contar é: “uma história de párias, como eu e os meus, gente que não pode pertencer ao lugar onde está, onde quer que esteja, e sonha com outro lugar, que só pode existir na imaginação”[2].



[1] “Estrangeiro – quatro perguntas para Bernardo Carvalho” In: Blog do IMS: 
http://www.blogdoims.com.br/ims/estrangeiro-quatro-perguntas-para-bernardo-carvalho/ - 20 de outubro de 2012.

[2] CARVALHO, Bernardo. O sol se põe em São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 163-4.


Quando: Segunda-feira 29 de outubro de 2012, às 20H.

Onde: Auditório Adamastor-Pimentas (UNIFESP) - Estrada do Caminho Velho, 333 - Bairro dos Pimentas. Guarulhos SP 

viernes, 12 de octubre de 2012

Verso e reverso: PARTICIPE!


O diálogo entre diferentes estilos poéticos é a proposta desse sarau. Os convidados, Angélica de Moraes e Glauco Mattoso, comentam suas poéticas e respectivas afinidades literárias.

End.: Av. Paulista, 37 - Casa das Rosas, espaço Haroldo de Campos de poesia e literatura

sábado, 6 de octubre de 2012

Entre margens e cânones


A mesa que abrirá a I Jornada de Literatura Contemporânea da Unifesp é composta por trabalhos que discutem as relações e tensões entre as margens sociais e o cânone literário brasileiro:


João Antônio, ficção, malandragem e autobiografia
Bruno Zeni (USP)

O escritor João Antônio estreou na literatura com o volume de contos Malagueta, Perus e Bacanaço (1963), sucesso de público e crítica que o consagrou como um retratista da malandragem de São Paulo e escritor atracado com a vida. O autor se mudou para o Rio de Janeiro, onde viveu até o fim da vida (1996), atuando como jornalista e escritor. Sua literatura ainda conserva grande atualidade em uma combinação inusitada de ficção realista, experimentação de linguagem e autobiografia, expressando o caráter contestador da malandragem, do crime e da experiência pessoal, mas também seus limites.

João Antônio

Sobre o autor:
João Antônio (1934-1996). Jornalista e escritor brasileiro. Nascido em São Paulo, João Antônio mudou-se para o Rio de Janeiro em 1964. Tem a sua obra marcada pela presença de personagens do submundo das grandes cidades: malandros, desempregados, jogadores de sinuca, prostitutas, homossexuais. Entre as mais de vinte obras publicadas estão Malagueta, Perus e Bacanaço (1963), Leão de chácara (1975) e Malhação do Judas carioca (1975).

Memórias do contragosto: MM na luta contra o cânone
Sérgio de Sá (Universidade de Brasília)

Em O azul do filho morto (2002) e Charque (2011), Marcelo Mirisola faz estripulias com as recordações do vivido, lido e visto. Como é possível ser do contra na atualidade? Como desestabilizar as certezas compartilhadas no agora? Ainda se pode dizer não? A prosa de MM oferece uma resposta em primeira pessoa que persegue e tenta se desviar da trilha ambígua aberta, pela literatura brasileira contemporânea, entre realidade e ficção.  

 Marcelo Mirisola

Sobre o autor:
Marcelo Mirisola (1966). É formado em Direito e autor de contos, crônicas e romances. Entre eles, Fátima fez os pés para mostrar na choperia (1998), O azul do filho morto (2000), Bangalô (2003) e Charque (2011).

Recusa e procura do cânone: a manipulação do estigma nas narrativas prisionais contemporâneas
M. Rita Palmeira (USP)

Narrativas escritas por homens marcados pela experiência prisional no Brasil de fins do século XX parecem destinar-se a dois interlocutores ideais distintos: os pares na prisão e os leitores do mundo exterior. As histórias, quase todas de teor autobiográfico, recuperam códigos e comportamentos originais que estão na base das relações prisionais, de uma “sociedade” fechada em si, mas que, para existir, precisa reportar-se ao mundo exterior. Para que existam, as condutas e valores próprios ao universo prisional dependem da expectativa de “estar-fora” daquele ambiente. O modo como esses autores procuram garantir seu espaço no campo literário repõe a mesma ambivalência: se por um lado sustentam certa recusa aos critérios de valor que atribuem ao “mundo exterior”, por outro reivindicam a sua chancela. Partindo de uma análise de Memórias de um sobrevivente, de Luiz Alberto Mendes (Companhia das Letras, 2001), pretendo refletir sobre o modo como o estigma (E. Goffman) de presidiário termina por prestar-se a esta dupla função: afastamento do cânone e desejo profundo de fazer parte dele.


Luiz Alberto Mendes


Sobre o autor:
Luiz Alberto Mendes (1952). Nasceu em São Paulo, onde passou boa parte de sua vida em reformatórios e penitenciárias. É autor de três livros Memórias de um sobrevivente (2001), Tesão e Prazer: Memórias Eróticas de um Prisioneiro(2004) Ás Cegas (2005).


Quando: Segunda-feira 29 de outubro de 2012, às 14H.
Onde: Auditório Adamastor-Pimentas (UNIFESP) - Estrada do Caminho Velho, 333 - Bairro dos Pimentas. Guarulhos SP. 

jueves, 4 de octubre de 2012

Conversa com Juan Pablo Villalobos


Juan Pablo Villalobos e "Festa no covil"
Foto de Renato Parada e capa por Elisa von Randow

O departamento de letras da EFLCH convida a todos para "Conversa com o escritor Juan Pablo Villalobos".

Juan Pablo Villalobos é autor de "Festa no covil" (Cia das Letras, 2012), seu aclamado romance de estreia foi traduzido para 14 idiomas.
O livro relata a história de um garoto chamado Tochtli, que é filho de um poderoso traficante  do México. A narrativa se desenrola no desejo do menino de ter um hipopótamo anão da Libéria. Tochtli é um personagem que persegue sua realidade extravagante, adora usar chapéus e ler dicionários, convive com treze ou catorze pessoas e é super protegido pelo pai. Classificado como uma narconovela, gênero que teve seu auge na Colômbia, o romance na verdade mostra um pai obcecado pelo filho e um filho que tenta viver e sobreviver, e não uma história de criminalidades.

Para ler o livro na íntegra acesse:
http://pt.scribd.com/doc/86067138/Festa-No-Covil-Juan-Pablo-Villalobos

Data: 09 de outubro de 2012.
Local: Sala 02, anexo, UNIFESP (campus Guarulhos)
End.: Estrada do Caminho Velho, 333.
Horário: das 18h às 19h30
Organização e mediação: Prof. Dr. Markus Lasch

OBS.: Em virtude deste evento, nossa "Volta ao mundo com Cortázar" terá uma pequena alteração:
          
         DIA 09 - "FESTA NO COVIL"
         DIA 16 - "RAYUELA"
         DIA 23 - "CONTOS"

miércoles, 3 de octubre de 2012

Quem são eles?


Conheça um pouco sobre alguns dos palestrantes das jornadas!





Eduardo Sterzi
possui graduação em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1994), mestrado em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000) e doutorado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (2006). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria da Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: poesia medieval, poesia brasileira moderna e contemporânea, crítica, teoria e história literária, Dante Alighieri, Gianfranco Contini, Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Augusto de Campos. Em novembro de 2011, obteve o primeiro lugar em concurso para professor de Teoria e História Literária no Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP.

Luciene Azevedo
Possui Doutorado em Literatura Comparada (2004) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e atualmente é professora de Teoria Literária da Universidade Federal da Bahia, vinculada ao programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira e Teoria Literária, atuando principalmente nos seguintes temas: narrativa contemporânea latino-americana, performance narrativa, cinismo e autoficção.

Marcos Natali 
Possui Mestrado (1993) e Doutorado (2000) em Literatura Comparada pela Universidade de Chicago e Pós-Doutorado em Literatura Hispano-Americana pela USP (2003). É, desde 2003, professor-doutor do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da USP, onde orienta pesquisa de iniciação científica, Mestrado e Doutorado. É pesquisador do CNPq, com projeto sobre literatura, ética e sacrifício, e foi professor visitante na UAM (México) em 2009. Publicou o livro _A política da nostalgia: Um estudo das formas do passado_ e atua principalmente nas seguintes áreas: narrativa hispano-americana do século XX e contemporânea, teoria literária latino-americana, teoria pós-colonial e desconstrução, com textos publicados sobre Juan Rulfo, José Lezama Lima, Tununa Mercado, José María Arguedas, Roberto Bolaño, Mario Bellatin e fetichismo.

Stefania Chiarelli
Professora Adjunta de Literatura Brasileira na Universidade Federal Fluminense, realizou os estudos de mestrado em Teoria Literária pela Universidade de Brasília (1997) e doutorado em Estudos de Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2005). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: deslocamento, memória, imigração. Publicou os ensaios "O cavaleiro inexistente de Italo Calvino - uma alegoria contemporânea" e "Vidas em trânsito: as ficções de Samuel Rawet e Milton Hatoum", e co-organizou o livro "Alguma prosa - ensaios sobre literatura brasileira contemporânea.

Sérgio de Sá
Possui graduação em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Brasília (1992), mestrado em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (1999) e doutorado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007). É professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Foi editor de Cultura do Correio Braziliense, no qual assinou durante mais de seis anos uma coluna sobre livros e literatura. Tem experiência nas áreas de Jornalismo e Letras, com ênfase em Literatura Comparada. É autor de "A reinvenção do escritor: literatura e mass media" (Editora UFMG).

Rita Palmeira
É doutora em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (2009). É bacharel em Letras (1997) e mestre em Teoria e História Literária (2000) pela Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Língua Portuguesa e Literatura. Tem pesquisa nos seguintes temas: surrealismo francês, modernismo brasileiro e narrativas do cárcere.



Os fins da literatura


Passantes, banhistas, manifestantes: as metamorfoses da ninfa em Carlito Azevedo
Eduardo Sterzi (Unicamp)

Acusou-se, recentemente, Carlito Azevedo de adesão a um programa de “retradicionalização frívola” que, supostamente, caracterizaria grande parte da poesia brasileira das últimas décadas. Buscaremos contestar tal interpretação e juízo a partir de uma investigação de certas figuras femininas constantes em sua obra, na qual talvez se possam entrever novas metamorfoses de uma imagem recorrente da cultura não somente literária, mas mais amplamente artística, do Ocidente: aquela da Ninfa, que já ocupou o centro da reflexão de estudiosos como Aby Warburg e, mais recentemente, Georges Didi-Huberman, Giorgio Agamben e Roberto Calasso. Nossa hipótese é que, se há jogo com a tradição em Carlito Azevedo, este está longe de ser frívolo, na medida em que implica um repensamento da história da literatura e da arte, assim como, sobretudo, do estatuto mesmo da imagem: de sua consistência ontológica ambivalente (ao mesmo tempo material e imaterial, literal e simbólica, concreta e sonhadora, vívida e fantasmática) a sua historicidade própria (constitutivamente intempestiva, anacrônica, dialética).

Carlito Azevedo


A literatura ainda é possível?
Luciene Azevedo (Universidade Federal de Bahía)

Tomando como premissa básica a observação de Reinaldo Laddaga de que “nos encontramos en el trance de formación de un imaginario de las artes verbales tan complejo como el que tenía lugar hace dos siglos, cuando cristalizaba las idea de uma literatura moderna”, essa comunicação pretende partir do comentário sobre alguns relatos teóricos recentes que tematizam o fim da literatura. Mas ao invés de comprar o idealismo das retóricas que alardeam o prognóstico apocalíptico, gostaria de apostar na hipótese de um deslizamento epistemológico capaz de reinventar contemporaneamente o estatuto do que considerávamos literatura até bem pouco tempo. Nesse sentido, a literatura só estaria em fuga (a expressão é da crítica argentina Sandra Contreras), caso insistíssemos em avaliá-la com base em parâmetros que estão sendo deslocados pelos objetos surgidos no presente do século XXI e que pedem para ser lidos de forma distinta. Para testar minhas hipóteses, gostaria de analisar mais de perto dois não-romances específicos. O do escritor uruguaio Mario Levrero, La Novela Luminosa, e This is not a novel de David Markson.


Da pobreza da literatura
Marcos Natali (USP)

Tendo como pano de fundo debates a respeito da recente mobilidade social no Brasil e suas possíveis consequências para a cultura local, o trabalho revisita algumas cenas contemporâneas em que foi colocada em questão a relação entre literatura e pobreza. Trata-se, portanto, de tentar relacionar análises de mudanças no panorama social do país e certo “tom apocalíptico” presente em alguns lamentos sobre o estado atual da literatura brasileira.