viernes, 29 de marzo de 2013

Rakushisha

"Viajar é pela viagem em si" 

Rakushisha, a Cabana dos Caquis Caídos. Lugar nos arredores de Kyoto onde o poeta Matsuo Basho escreveu Saga Nikki, o Diário de Saga.
É esse diário que Haruki ilustrará, em sua primeira edição brasileira. Por isso, ele viaja para o Japão, para os seus traços, de suas próprias raízes orientais, quase esquecidas.Mas não vai sozinho. Junto com ele, Celina.
Uma mulher mais céu que carne, de uma tristeza etérea, que numa tarde chuvosa o abordou no metrô de Botafogo, querendo saber sobre aquele livro estranho que ele levava nas mãos. Era japonês ou chinês?
Celina Haruki no Japão, dois estranhos num país estranho, procurando coisas indefinidas, talvez pequenas demais para o olho humano, fios de uma teia de aranha. Seus caminhos se desvelam aos poucos, palavra por palavra, de modo tão natural e inevitável quanto a passagem dos dias ou correr de um rio.
Com delicadeza que marca sua obra, Adriana Lisboa constrói um romance preciso como um haikai - nenhuma sílaba sobre, nenhuma sílaba falta. Em Rakushisha se ouve o sussurro do silêncio, da não-palavra, do não-dito, aquele quase nada que é tudo.

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