Encerrando a I Jornada de Literatura
Contemporânea da Unifesp teremos uma conversa com um dos mais importantes e
premiados escritores da literatura atual, Bernardo Carvalho.
Bernardo Carvalho nasceu em 1960 no Rio de
Janeiro. É escritor e jornalista. Foi editor do suplemento de ensaios "Folhetim" e correspondente do jornal Folha de São Paulo em Paris e Nova Iorque.
Carvalho estreou na literatura no início da
década de 1990 com a coletânea de contos Aberração (1993), desde então vem
mantendo uma contínua e reconhecida produção literária, que conta atualmente com
nove romances publicados.
Em 2003 recebeu o prêmio Portugal Telecom de
Literatura pelo romance Nove Noites (2002). E com seu romance posterior, Mongólia
(2003), Carvalho foi o vencedor dos prêmios APCA (2003) e Jabuti (2004).
O seu mais recente romance, O filho da mãe (2009), parte da coleção Amores Expressos, é o resultado da estadia do autor na
cidade russa de São Petersburgo. Recentemente, Carvalho manteve uma coluna no
Blog do IMS, intitulada “Diário de Berlim”, que fora escrita durante o ano que
o autor passou na Alemanha, como escritor convidado em um programa de residência
criativa.
Aliás, as viagens são constantes na obra de
Carvalho, que desde os seus primeiros livros busca um espaço transnacional para os
seus romances. Afastando-se assim da categoria de uma literatura “nacional”. Os
deslocamentos e a estrangeiridade são fundamentais para obra de Carvalho, que afirmou
recentemente:
só consigo existir como escritor
se eu não fizer parte do que me cerca, de onde eu estou, e, sobretudo se não
fizer parte daquilo com o que tentam me identificar a priori, brasileiro, gay
etc. (...) Preciso não me identificar para poder escrever. É por isso que as
viagens acabam sendo tão fundamentais. O “estrangeiro” é, em princípio, o lugar
da incompatibilidade, da contrariedade, da impossibilidade de identificação e,
de certa maneira, também do mal-estar. Mas é só aí que eu consigo escrever,
onde não falo a língua[1].
Outras características definem o inconfundível estilo
de Bernardo Carvalho, como os relatos fragmentários, a trama labiríntica da maioria
de seus romances, e ainda o desamparo e a inadequação que cercam as suas
personagens, sobretudo, os seus protagonistas. Um trecho de O sol se põe em São
Paulo (2007), transcrito a seguir, ilustra bem os sujeitos que Carvalho
representa em seus romances, a história que ele busca contar é: “uma história de
párias, como eu e os meus, gente que não pode pertencer ao lugar onde está,
onde quer que esteja, e sonha com outro lugar, que só pode existir na
imaginação”[2].
[1] “Estrangeiro – quatro perguntas para Bernardo Carvalho” In: Blog do IMS:
http://www.blogdoims.com.br/ims/estrangeiro-quatro-perguntas-para-bernardo-carvalho/ - 20 de outubro de 2012.
http://www.blogdoims.com.br/ims/estrangeiro-quatro-perguntas-para-bernardo-carvalho/ - 20 de outubro de 2012.
[2] CARVALHO, Bernardo. O sol se põe em São Paulo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2007. p. 163-4.
Onde: Auditório Adamastor-Pimentas (UNIFESP) - Estrada do Caminho Velho, 333 - Bairro dos Pimentas. Guarulhos SP
Quando: Segunda-feira 29 de outubro de 2012, às 20H.
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